A cada dia nos surpreendemos com as inovações tecnológicas. Elas surgem com a promessa de facilitar e melhorar a vida do indivíduo, poupar tempo, agilizar atividades, encurtar distâncias, vencer fronteiras e superar desafios de ordem socioeconômica. Mas será que é isso mesmo que está acontecendo?
As tecnologias revolucionam a forma como nos relacionamos e como as empresas e pessoas se comunicam. A rápida digitalização, a internet das coisas, o metaverso, a indústria 4.0, o marketing 5.0 e as tecnologias comandadas pela inteligência artificial já são uma realidade.
Contudo as facilidades e recursos seduzem os usuários em troca de dados e informações pessoais, deixando as tecnologias ainda mais aprimoradas e as empresas com ainda mais lucro. Afinal, como a transformação digital pode realmente auxiliar a vida das pessoas e a comunicação?
Desafios
Quando falamos de transformação digital há muita coisa boa, mas também muita coisa ruim. A internet possibilitou inúmeros benefícios para a sociedade, como o maior acesso às informações, conteúdos personalizados, serviços e produtos diversos. Mas também trouxe vários desafios, por ser uma área em constante evolução.
O SXSW (South by Southwest), maior evento de inovação do mundo, trouxe vários painéis sobre o mundo digital e as novas tecnologias, com informações assustadoras, como o aumento do crime digital, que já movimenta cerca de 10.3 bilhões de dólares somente nos Estados Unidos. Além disso, as pessoas ainda sofrem com a pouca privacidade de dados, bombardeamento de informações falsas, precária segurança no ambiente virtual, falta de regulamentação e transparência das plataformas digitais.
Assim, para a criação publicitária atual, por exemplo, um dos desafios é, justamente, entender a sociedade e também a tecnologia. Entender as novas ferramentas, que mudam constantemente, assim como conseguir atender às demandas da população em sua grande diversidade, trazendo mais inclusão, representatividade e acesso.
Novas ferramentas digitais
Todos os dias chegam novas ferramentas digitais, principalmente de inteligência artificial. Com elas, já é perceptível a aceleração do processo de digitalização das empresas, e prometem criar conteúdo de forma mais rápida, com automatização de tarefas, otimização de tempo e de trabalho, baixo custo, tudo com ferramentas cada vez mais avançadas para aumentar a eficiência e a produtividade.
A chamada IAG (Inteligência Artificial Generativa) usa algoritmos para gerar conteúdos novos e originais, como imagens, vídeos e música, a partir de dados já existentes na internet. Com pouco mais de um mês de lançamento, o ChatGPT, da OpenAI – startup de tecnologia apoiada pela Microsoft –, atingiu a marca surpreendente de 100 milhões de usuários ativos.
O GitHub Copilot X (GitHub) usa o GPT-4 da OpenAI como base e permite gerar código a partir de solicitações em linguagem natural, destacando o nível de sofisticação que a inteligência generativa está alcançando.
Já as ferramentas de low-code e no-code permitem que pessoas sem formação em programação criem aplicativos e softwares sem escrever código. Os usuários podem criar interfaces arrastando e soltando elementos e conectando-os para criar fluxos de trabalho e automatizar processos.
Além de outras ferramentas de revisão de textos, como Language Tool, edição de imagens e criação de vídeos, como Synthesia, entre outras tantas. Diversas big techs, como Google (que lançou o Bard, concorrente do ChatGPT), Apple, Amazon e Zoom, já estão direcionando seus esforços e investimentos em suas próprias ferramentas de IA.
E como será daqui pra frente?
Diante dessa corrida pela IA e por novas tecnologias e inovação, é preciso lembrar que quem faz “girar a máquina” ainda é o ser humano. Todas as novas ferramentas estão em constante desenvolvimento. Tudo é cheio de incertezas e precisa de muitas pesquisas, testes e melhorias.
Dessa forma, ainda estamos entendendo os resultados dessa revolução. É preciso estar disposto a explorar novas possibilidades, oportunidades, manter-se atualizado e aberto às tendências. Contudo é importante que as marcas avaliem cuidadosamente seu propósito e objetivos antes de escolherem qualquer ferramenta e estejam cientes de que necessitam de operadores eficientes para as novas invenções. Embora a tecnologia esteja cada vez mais presente no nosso dia a dia, as pessoas desejam mais interações sociais, por isso a humanização é essencial nas estratégias.
É importante lembrar também que a sociedade como um todo ainda está aprendendo a lidar com tudo isso e precisa estar atenta ao seu comportamento na rede, ao uso dessas novas tecnologias e à sua segurança. Toda revolução tecnológica tem consequências profundas e temos um futuro desafiador. Ainda sofremos com o abismo entre gerações, desigualdade econômica, fosso digital e as crises de um mundo globalizado.
Desse modo, é fundamental promover a integração entre as pessoas e as tecnologias para que possamos compreendê-las, manejá-las e, principalmente, saber como nos relacionar com elas. Qualquer tecnologia deve sempre visar a criação de uma sociedade sustentável, ou seja, pensar a tecnologia sempre para o bem da humanidade.
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