A digitalização nos proporcionou vários avanços para as ações de marketing e comunicação, mas ninguém aguenta mais tantos cookies, algoritmos, anúncios, botões, formulários e uma infinidade de interrupções e abordagens, principalmente enquanto estamos no ambiente virtual.
João Branco, profissional de marketing com experiência em grandes marcas de variados mercados, autor do best-seller “Dê propósito”, palestrante TEDx e colunista de vários sites de grande relevância, dá um conselho essencial: “Desmarketize-se esse é o novo marketing”. Ele reforça a importância da humanização das marcas, lembrando que clientes não são leads, são pessoas.
Isso não quer dizer que algumas daquelas ações não sejam necessárias, mas é preciso pensar em novas estratégias que revelem realmente o que a marca é e como ela pode criar impacto na vida do consumidor, falando realmente de gente pra gente.
Benefícios da humanização das marcas
O conceito de humanização está ligado à valorização das pessoas e à conexão com o coletivo, dando importância ao capital humano e cultivando valores pessoais muito além dos resultados financeiros. A humanização traz vantagens para todos os públicos de uma empresa: clientes, colaboradores, fornecedores, parceiros e comunidade. Todos são aliados para atingir os objetivos da marca.
1. Empresas humanizadas são mais lucrativas
Pesquisa brasileira realizada por mestrandos da USP de São Carlos, em parceria com o Instituto Capitalismo Consciente, aponta que negócios que colocam em prática projetos de bem-estar social têm mais engajamento de funcionários (225%) e fidelidade dos clientes (240%). Essa combinação gera duas vezes mais rentabilidade para a empresa.
Além disso, outros pontos são comuns nas empresas denominadas humanizadas: propósito além do lucro, orientação para atender às necessidades de todos os stakeholders, liderança e cultura conscientes.
Outro estudo realizado pela Warwick University, do Reino Unido mostrou que colaboradores felizes são 20% mais produtivos que aqueles que não se sentem realizados no trabalho, o que diminui a rotatividade e melhora o clima organizacional.
2. Sustentabilidade e responsabilidade social
A responsabilidade social faz referência ao compromisso que uma empresa assume diante de seu público, se preocupando com as condições de trabalho, sustentabilidade, impacto no meio ambiente e na comunidade em geral. As empresas mais humanizadas estabelecem maior vínculo com seu público interno e externo, alinhando seu propósito e objetivos. Inclusive, atualmente, os consumidores já aceitam pagar mais caro por produtos e serviços mais sustentáveis e que apoiam causas sociais.
3. Mais conexão e relação com as pessoas
As novas gerações de consumidores têm se guiado por ideais mais humanos. São consumidores que buscam autenticidade, relações genuínas com suas comunidades e ideias verdadeiras. Eles pesquisam sobre as empresas, desejam saber sua missão e objetivos, querem ver seus valores representados, querem boas histórias, pensam na tecnologia para o bem da humanidade e desejam mais conversa do que propagandas.
Assim, as marcas buscam estratégias mais afetivas, menos invasivas, com uma comunicação mais natural, empática e educativa. As marcas precisam criar conexão, se socializar.
4. Diversidade e acessibilidade
Marcas humanizadas valorizam ainda mais a diversidade e acessibilidade, se preocupando com a opinião e bem-estar de seus públicos. Os consumidores e colaboradores desejam se sentir cada vez mais respeitados, representados e valorizados.
Vários estudos já mostraram que investir na diversidade aumenta a produtividade, a criatividade e o envolvimento do time de funcionários. Ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas as empresas estão colocando cada vez mais a diversidade como prioridade em seus objetivos de marketing e na contratação – se preocupando com a inclusão em relação a gênero, idade, etnia, orientação sexual e necessidades específicas na sua definição de diversidade. Isso pensando não só nas campanhas, mas também num mercado e num mundo que seja cada vez mais inclusivo e igualitário.
Como se tornar uma empresa mais humanizada?
O processo de humanização das marcas passa por um grande projeto de branding e definição de objetivos, que devem estar completamente alinhados ao propósito e à cultura organizacional da empresa. A partir de então, todas as ações de marketing e comunicação devem refletir esse processo.
Assim, alguns pilares são importantes para a construção de marcas mais humanizadas:
– Propósito e posicionamento ativo: definir objetivos, valores e DNA da marca. Todas as atividades devem estar alinhadas a isso.
– Atenção ao público: ter escuta ativa e comunicação com todos os públicos da marca. Isso fortalece as relações, possibilitando novas parcerias e experiências de consumo.
– Liderança e cultura conscientes: a humanização deve ser o coração da cultura organizacional. É preciso estar atento à realidade social, à opinião do público, às questões coletivas e mercadológicas para tomadas de decisões mais assertivas.
Dessa forma, a humanização é fundamental para o sucesso das empresas. Muito além da venda, é preciso pensar no impacto e na diferença que a marca gera na vida das pessoas e da comunidade. Como disse João Branco, Desmarketize-se. Crie novas relações e seja mais propositivo.
Quer saber mais sobre estratégias para humanizar a sua marca? Fale com a gente.